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Porque você precisa estar disposto a pensar moda

Definitivamente, a gente não acredita em consultorias de moda. Uma opinião pessoal, com toda a certeza, jamais desprezaremos os profissionais que se qualificaram para ajudar alguém a encontrar o seu próprio estilo, porém, na atitude de terceirizar o poder de decidir o que você vai vestir, pode estar também a atitude de não querer assumir a responsabilidade de ser quem és. A moda, quando pessoalizada, se torna a expressão de um indivíduo. Quando você está procurando um padrão para se encaixar, pode ser que você esteja desprezando quem você verdadeiramente é, e idolatrando alguma outra pessoa que pouco se importa com a sua verdadeira essência.


A gente te explica. A moda possui um paradoxo muito claro entre pertencimento e diferenciação, ao mesmo tempo em que nós queremos pertencer, a um grupo, a um movimento, a um tempo, a um ambiente, quando nos vestimos, nós também não queremos ser igual, nós sabemos que somos únicos e está na natureza de quem somos expressarmos isso. Nós nos expressamos quando falamos, quando nos relacionamos, quando fazemos escolhas para nossas vidas, o tempo inteiro nós queremos ser certeiros ao nos expressarmos para ter a certeza de que não há chances de sermos desviados dos caminhos pelos quais pulsam os nossos corações. 


O mesmo acontece quando fazemos escolhas estéticas, talvez nem todos vocês tenham clareza de que vestir-se é uma forma de expressão que compõem o nosso estilo de vida, lifestyle ou joi de vivre, qualquer uma destas expressões está falando sobre as escolhas que nós fazemos e que compõem quem nós somos. Nós fazemos escolhas o tempo inteiro, escolhemos o que vestir, o que comer, os lugares que frequentamos, as pessoas com quem nos relacionamos, nossas profissões, nossas famílias, nossos carros, nossas casas e a decoração delas, nós fazemos escolhas que definem como nós levamos a vida e, no final, definem também quem nós escolhemos ser diante dela.


Há algo a ser considerado em tempos de mídias sociais, afinal, no tempo presente nós temos sido influenciados, quase que o tempo inteiro, por pessoas que nós não conhecemos e que não conhecem as nossas realidades. E bom, quando nós não temos clareza a respeito de quem somos verdadeiramente, facilmente nos deixamos levar pela influência de algo que nos parece mais interessante do que nós mesmos, e vendemos a oportunidade de sermos quem somos, para nos tornarmos quem nós queremos ser. Essa busca pode se tornar uma constante obsessão pelo parecer, e nos distanciar de quem somos, verdadeiramente. Pensa com a gente, você só tem uma alma, um corpo, uma essência, que permanece sendo a mesma do dia em que você chega até o dia em que você se despede da vida, achas mesmo que seria possível te tornares outra pessoa?

Falando desta forma a resposta óbvia é um não, mas, diante da quantidade excessiva de estímulos diários que recebemos, por instantes somos motivados a nos tornarmos pessoas que não somos. E nós temos de concordar que, copiar alguém que, aos nossos olhos, parece fabuloso, também parece ser mais fácil do que se tornar, através de uma jornada real de autoconhecimento, amor-próprio e lapidação de caráter, em alguém, também, fabuloso. Mas se no final, nós queremos nos parecer com alguém que admiramos, será que lá no fundo, nosso desejo não é o de ser tão fabuloso quando o ser fabuloso o qual nós admiramos? Sendo assim, precisamos entender que a única jornada é a de reconexão.


Se nós pensarmos bem, as pessoas as quais nós exaltamos, são apenas pessoas sem medo de serem quem são. Nós as admiramos por sua coragem de ser quem são apesar das críticas, apesar da jornada de lapidação e apesar dos tropeços. Pode ser hilário, se pensarmos que nós estamos sentados na platéia da vida real, nos sentindo no direito de exaltar ou criticar alguém que está simplesmente vivendo a vida com intensidade e verdade. Mas no fundo, nosso desejo é o de fazer o mesmo, só que sair da comodidade da platéia para encarar a sua própria realidade não parece nada cômodo, apesar de, quando estarmos diante do espelho, nos vestirmos, e nos inspirarmos nas pessoas as quais nós criticamos e/ou exaltamos. No final, o que nós queremos é nos parecermos com alguém disposto a se entregar pra vida, ou, simplesmente ter a mesma coragem.

Adquirir inteligência estética, assim como, nos tornarmos quem nós queremos ser em nossas vida ideais, requer esforço, coragem e dedicação. Se nós analisarmos a história das pessoas a quem nós admiramos, nenhuma delas se tornou fabulosa por estar sentada na platéia, todas as pessoas que nós admiramos, admiramos por suas construções admiráveis de vida.


Se você quiser verdadeiramente expressar quem és em uma estética com sentido, sua vida inteira precisa estar alinhada até que o estilo se torne apenas uma roupa bonita. Afinal, ela faz total sentido em todo o seu contexto. Um bom look, só será um bom look quando ele estiver alinhado ao seu estilo de vida, totalmente contextualizado, e, é claro, se você estiver se sentindo quem és, o vestindo.

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