Na última semana eu estive presente no evento Mind7 Startup na cidade de Caxias do Sul. Confesso que é apenas a segunda vez que eu mergulho no universo das Startups e eu, de fato sei muito pouco a respeito.
Porém, apaixonada por empreendedorismo, futuro, tecnologia, novos formatos de negócios, como sou, certamente sai de lá encantada. Dois dias no futuro, é como eu classifico esta vivência.
Passei quase o tempo todo assistindo as historias divididas por pessoas extraordinárias no palco principal. Com excessão de uma pequena pausa assistindo, em um dos palcos secundários, como integrar os unicórnios (Startups com promessa de alto faturamento) e os dinossauros (as antigas grandes empresas líderes no mundo corporativo até então), inclusive, aprendi esses termos lá. E, uma segunda excessão em fui escutar o Paulo Pedó falar sobre a Melissa e o Bergamotta Hub. Óbvio né? Conheço poucas pessoas que passaram pelo curso de Design de Moda da UCS e não sonharam em estagiar na Melissa.
Bom, eu poderia falar sobre cada uma das palestras que me tirou o fôlego, ou me fez esquecer da hora (inclusive, o pessoal até foi embora com a minha mala porque eu de fato, me perdi no tempo, enquanto assitia uma filósofa, com uma visão de mundo magnífica, falar). Mas não é sobre isso que me propus a escrever aqui. Eu quero falar sobre as minhas percepções.
Ok, como eu já reforçei logo no início, eu sou novata nesse universo, e admito, boiei em diversos termos da área e momentos em que os representantes das empresas se aprofundavam em alguns assuntos. Ou seja, estou longe de compreender o universo das Startups por inteiro. Porém já tenho algumas percepções e são elas que eu quero compartilhar por aqui.
Primeira coisa, vamos ser positivos e exergar tudo que há de bom nesse universo tão jovem, afinal, quem teria tanta energia pra imergir no antigo universo corporativo e reinventar as regras, se não os jovens millenials e a destemida geração Z? O mundo precisa deles (de nós, no caso). Te muita coisa errada na maneira como as grandes empresas se solidificaram, e tem espaço de sobra pra repensar antigos pilares. Não é a toa que nos últimos dois anos, grandes empresas como a Grendene e a Randon tenham montado Hub Criativos cediados por suas marcas e esteja repensando produtos e processos afim de implementar medidas sustentáveis imediatamente. Acreditem, sustentabilidade não é papo furado de hippie descabelado, é assunto sério, motivo de alto investimento das maiores empresas que regem o mundo.
Muito se falou, também, sobre inteligência humana, afinal, alguns de nós de fato acreditaram que a internet, as máquinas e a inteligência artificial seriam suficientes para substituir boa parte das pessoas desagradáveis com que a gente era obrigado a conviver. Grande surpresa quando descobrimos que, as novas pessoas que chegaram por meio dos novos processos também podem ser desagradáveis, e a tecnologia continua nos deixando na mão, ou sujeita a falhas, já que é controlada por seres humanos. Ou seja, nós somos humanos, e eu diria, nós somos seres espirituais, e nós não viemos pra este mundo pra baixar apps, assistir Netflix e viajar em carros automatizados, pasmem, nós viemos para conviver uns com os outros, nos moldarmos, e no final, crescer como ser humano, como fraternidade e como seres espirituais. Sendo assim, não existe tecnologia sem inteligência humana, e bom, já sabemos não é? Humanos não são previsíveis, e nunca serão, graças a Deus!
Um terceiro pilar muito destacado durante o evento foi a colaboração. Sério, tem gente que ainda nao entendeu que a competição degrada e a colaboração eleva o todo. Inclusive a frase "Sozinho vamos mais rápido, juntos vamos mais longe" estava estampada em algum PPT no palco principal, frase que eu já escuto da minha irmã "bixo grilo", com o perdão da brincadeira, há anos. E gente, ela nem precisou de um pós doutorado pra perceber isso. Ou seja, tá todo mundo sentindo essa necessidade.
Ficam ai, os 3 principais pilares, destacados como pontos que convergem no futuro, pela grande maioria das pessoas importantes ali presentes (o importante foi irônico, tá?). São eles: sustentabilidade, inteligência humana e colaboração.
Agora eu te pergunto, sem brincadeiras, qual a diferença deste discurso, para o discurso do que a gente apelidou de novos rurais? Eu tenho o privilégio de habitar os dois mundos, não de maneira profunda, confesso, mas eu acredito que eles se entrelaçam e juntos, em um futuro nem tão distântes, tramam uma linda renda de novos cidadãos muito mais felizes e conscientes.
E aqui, fica a minha reflexão, tem muita gente nesses lugares, que de fato acredita que algum dia nós vamos viver a la jetsons, eu não ouso duvidar, a tecnologia já se mostrou capaz de surpreender e transformar nossa forma de viver diversas vezes. Mas eu ouso questionar, até onde a tecnologia vai seguir no topo da cadeia da relevância? O que será que vem depois? Será que existe um limite, um topo, e uma queda?
Falo por mim, não vivo sem as telas, porém, tenho agarrado as oportunidades de sair da frente delas. Seja uma ida a praia, sem sinal de telefone, um restaurante local, decorado com muito amor, sem televisão, com gente querida e simpática me atendendo e eu diria até me acolhendo, e quem sabe até mesmo uma música gostosa ao vivo. Ou então, uma revista, colorida, produzida, temática, interessante, que tire toda a minha atenção por algumas horas, sem me chamar para o instagram, whatsapp, ou tentar me vender o produto que eu procurei mais cedo. Será que a gente nao vai, em algum momento, enjoar um pouco das telas? Eu, meus amigos, digo que sim.
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