O DESIGN
Atualizado: 29 de dez. de 2022
A escolha do curso que iria realizar na Universidade não foi muito fácil. Na época, as coisas haviam se intensificado na escola com um novo método de estudo que vinha direto de São Paulo em formato de apostilas e livros e com o objetivo de nos preparar para o tão temido vestibular. Alguns alunos já estavam muito maduros, e quando acontecia de um professor questionar a turma sobre os cursos na Universidade, prontamente, estes alunos, levantam suas mãos para citar cursos como Medicina, Engenharia ou Direito. Eu, por minha vez, ficava torcendo para que a pergunta não fosse direcionada a mim, eu definitivamente não sabia o que queria 'ser quando crescer'.
A verdade é que eu não me sentia capaz de assumir grandes responsabilidades como aqueles alunos já tão responsáveis, não que eu não tivesse vontade de ter uma profissão tão respeitada, renomada e de grande valor para a comunidade, com certeza estes também eram os meus objetivos. Por outro lado, o meu coração falava mais alto quando pensava em profissões nada bem remuneradas, mas que tinham tudo 'a ver comigo', tais como jornalismo, artes cênicas e até mesmo serviço social.
Foi em um dia qualquer, acho até que num final de semana, que o meu pai me chamou para me mostrar um caderninho que saiu na Zero Hora naquele ano, apresentando alguns cursos que estavam em evidência, e quais eram as universidades em que eles estavam disponíveis. Foi lá que eu descobri que existe um curso superior em moda, design de moda. Me interessei, meu pai reforçou que a UCS era uma das melhores no assunto, e que já tinha gente na nossa cidade finalizando este curso.
Eu ainda tinha minhas duvidas, me inscrevi para mais de um curso, mas mais uma vez meu pai interferiu dizendo que não era necessário prestar mais de um vestibular. Ok, então eu decidi, já que o curso de Design de Moda da UCS era tão bem visto, e eu já amava a cidade Caxias do Sul, era pra lá que eu iria.
Cheguei no primeiro dia de aula pensando que Chanel era só o nome de um perfume qualquer que a minha mãe gostava, descobri que na verdade Chanel era uma mulher forte e de grande significado para a história da humanidade, e mais do que isso, era uma das marcas mais renomadas do mundo. Bom, ali eu percebi, que eu tinha muito o que aprender. Eu também não sabia costurar, não sabia o que era modelagem ou moulagem, muito menos sabia que iria aprender estas coisas.
Não demorou muito pra que eu mergulhasse naquele universo e fosse, gradativamente, me apaixonando por cada detalhe dele. Parecia que eu tinha conseguido unir todas as minhas paixões em um único assunto.
Participei de todas as palestrar e eventos disponíveis na época, e logo descobri que o design, como um todo, abrange muito além das nossas roupas, segundo a wikipédia, - design é a idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação de produtos. Essa é uma atividade estratégica, técnica e criativa, normalmente orientada por uma intenção ou objetivo, ou para a solução de um problema.
Exemplos de coisas que se podem projetar incluem muitos tipos de objetos, como utensílios domésticos, vestimentas, máquinas, ambientes, serviços, marcas e também imagens, como em peças gráficas, famílias de letras (tipografia), livros e interfaces digitais de softwares ou de páginas da internet, entre outros.
Em uma dessas palestras, eu ouvi do próprio Jorge Bischoff a seguinte afirmação "o Design move o mundo". De fato, Jorge, você tinha razão, o design está em tudo, tudo bem que o termo design é recente, mas quando estudamos história da arte, da moda, dos produtos, da arquitetura, já podemos perceber com clareza que desde os tempos muito antigos tinha gente projetando e pensando em formas, cores, linhas e na composição estética e de utilidade dos objetos cotidianos.