Há muito, tem se visto influences conservadores, defendendo seus valores, sendo endeusados nas redes sociais. Talvez, nesta lógica, poderíamos eleger o médico Paulo Muzy como a esteriotipação desta tribo, se é que se pode chamar de tribo.
Valores como: trabalho duro, luxo, família, etiqueta e religiosidade, estão entre as pautas levantadas – e olha que tenho visto muito influencer mainstream virando a casaca e passando a defender estes ideais, sem nem imaginar o porquê. Aconteceu contigo também?
Particularmente, não tenho nada contra, admito que diante de tanta gente defendendo uma anarquia, um pouco de ordem e progresso se faz ate necessário. Pra esse pessoal, o culto ao corpo e a beleza são sinônimos de saúde, disciplina e seriedade. Afinal, se você não consegue lidar com si mesmo, disciplinando suas emoções, seus horários, sua alimentação, sua rotina de exercícios, seu tempo de estudo, o que mais você vai conseguir fazer? Diante desta ótica, nada.
Seguindo na onda do “me dê 10 anos” ou do “faça o que tem que ser feito” , também passamos a encontrar milhares de perfis a lá Business Woman, trazendo um conceito que eu chamo de “a mulher que você quer se tornar” – alguém, certamente, já te fez essa pergunta, seja em uma mentoria, uma amiga muito dedicada em mudar de vida ou algum vídeo aleatório e patrocinado que cruzou seu dia enquanto você procurava algo interessante no feed do seu instagram, não é?
Muitas de nós tem dormido e acordado, e um looping infinito de perguntas, tentando encontrar essa resposta. Afinal, que grande mulher é essa que eu quero me tornar – visto que, com disciplina e dedicação, em 10 anos, fazendo o que tem que ser feito, eu posso ser o que eu quiser?
A onda das conservadoras, na maioria das vezes casadas ou sonhando em se casar os os Paulos Muzys por ai, tem tentado colocar os teus pés no chão. Pra elas, o teu empoderamento te destrói, no momento em que tu decide que não precisa dos homens e que pode assumir o papel que quiser. Uma ode a feminilidade tem nascido desta batalha diária de posts, opiniões e perfis, que temos assistido de camarote.
Uma mulher, para ser atraente, precisa conservar a sua feminilidade, no agir, no vestir, no se portar, no falar, nas suas escolhas, atitudes, na vida que leva, nos lugares que frequenta, naquilo que escolhe consumir. É assim que ela se torna interessante e se torna propensa a conquistar um casamento de alto valor.
Diante de todo esse cenário caótico e confuso, uma Trend apelidada de #barbiecore cai de paraquedas em todas as nossas fontes de informação, e as tonalidades de rosa passam a ser as cores da vez, tanto para os blazers quanto para os vestidos.
Tem cor mais feminina do que o rosa, segundo os estereótipos? Fiquei me perguntando, de que lado as barbie girls estão – do lado da feminilidade e dos valores morais acima de tudo, ou do lado das mulheres livres que podem ser tudo o que quiserem, inclusive o tal médico com quem os pais queriam que ela se casasse?
Pós uma onda feminista insana que inicia na década de 60 – e que conquistou inúmeros direitos e espaços para nós mulheres, não podemos negar – de fato, algumas mulheres se perderam no caminho, defendendo o direito de serem mulheres acima de tudo quase que como uma religião que acredita em um mundo em que os homens deveriam ser extintos, já que se tornaram criaturas desprezíveis e dispensáveis.
Não estou dizendo que meu team é o das conservadoras – afinal, por muitas vezes elas se tornam antiquadas exageradamente que quase que parecem figuras caricatas das mulheres que viveram na década de 50 – um tanto quanto broxante, não acham?
Também não significa que eu acredite em um equilíbrio perfeito entre os dois mundos e um comportamento ideal no qual as mulheres devem se inspirar – também seria utópico defender algo do tipo.
O que quero mostrar aqui com todas estas colocações é de que, o mundo se equilibra por si só, como se fossemos de fato integrantes de um mesmo grande grupo (e somos, não é, somos a espécie humana). O interessante das redes sociais ter dado voz a pessoas comuns, é que estamos o tempo todo conversando uns com os outros, defendendo ideais, e levantando nossas contrapartidas, sobre aquilo que acreditamos ser “o caminho certo”.
Isso nunca vai acabar, não foi a toa que criamos a democracia, o capitalismo e tantas outras maneiras de tentar conduzir a gestão do mundo de forma colaborativa – e bom, nós continuamos buscando a melhor maneira de fazer isso.
Pensando assim, nada mais bonito do que poder ouvir opiniões contrárias, e seus argumentos, em uma mesma rede social, e assim, buscar nossas próprias fontes e defender nossa própria opinião, defendendo assuntos que não só são relevantes como influenciam na nossa vida privada.
É assim que você passa a tomar decisões inteligentes, que te conduzem a viver a vida que de fato faz sentido pra você. Afinal, você não precisa ser nem CEO, nem Amélia, não é? O que você precisa é buscar a sua felicidade, seja ela onde estiver – e essa gente toda está ai pra nos provar que é possível levar a vida a partir de infinitos pontos de vista, e todos eles são possibilidades reais, se, de fato, você se propor a realizar.
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