Antes de começar a escrever sem parar, deixa eu te contextualizar. Em 2018 sugeriram que eu fizesse parte de um grupo no Whatsapp que fomentava o empreendedorismo aqui na minha região. Certamente, eu aceitei né? Afinal, a gente só cresce com as conexões. Logo percebi que se tratava de um grupo sério, sem espaço pra mensagens sem sentido ou desconexas e com gente super bem posicionada falando de assuntos dos quais eu não entendia bulhufas. Ok, eu pensei, deixa esse grupo aqui.
Devagarinho eu fui prestando mais atenção nos conteúdos que eram compartilhados, e me mantive como expectadora por mais ou menos 2 anos. No ano passado, quando eu já havia me comprometido com a proposta de fazer os meus projetos acontecerem - custe o que custar - eu vi uma oportunidade, o grupo estava indo a Caxias do Sul participar de um evento que se chamava Startup Weekend, e enviou uma mensagem dizendo que havia lugares disponíveis. Eu precisava ir a Caxias do Sul, contatei quem divulgou a oportunidade, as datas deram match e eu fui, sem nem saber para que tipo de coisa eu estava indo.
Foi fantástico. Depois disso, outra oportunidade parecida pintou no grupo, desta vez para o Mind7 Startup, e quem já me acompanha por aqui, pode ler as minhas impressões a respeito do evento em outro texto aqui no blog. Foi aqui que eu decidi ser participante ativa no grupo. De lá pra cá eu tenho aprendido muito, os aprendizados são quase imensuráveis, e estão de todos os lados, desde as palestras que assisto, até as vivências de integrar um grupo e precisar respeitar o espaço do outro. Afinal, fazem anos que eu trilho um caminho tão conectado comigo, com os meus propósitos e valores, que eu até já tinha me esquecido que o nosso mercado de trabalho é fundamentado na competição, e, enquanto eu buscava o meu eu interior, tinha gente virando PHD em correr na frente e colecionando pódiums em uma carreira de títulos, reconhecimento, e ódio, na minha opinião. Certamente você me perguntaria, ódio? Ódio sim. A gente tenta convencer a si mesmo de que este ódio é admiração e inveja. Mas eu, particularmente, acho que é somente ódio. Afinal, pra chegar, meu bem, você teve que passar muita gente pra trás, e, pode ter certeza que, todas as vezes em que você chegou no pódium desta maneira, quem te aplaudia, só te aplaudia naquele momento, porque se sentia bom o suficiente pra te tirar de lá, todo o resto do público certamente te vaiava.
Ok, mas eu vim aqui pra falar de South Summit, não é? Em todos os outros eventos em que eu participei, voltei pra casa impactada, por um lado, com pessoas incríveis construindo impérios, por outro lado, apavorada com a quantidade de gente seguindo a manada tentando se segurar em alguns milhões do mercado bilionário das Startups, e aí vocês já sabem né? Essa gente é capaz de absolutamente tudo. Apesar de voltar com muito conhecimento, eu também voltava anojada, super confesso.
Quando eu fiquei sabendo do South Summit (e eu confesso que não tinha idéia da grandiosidade do evento) a sensação que eu tive foi tipo - ahh não, mais um evento desses? de novo? - obviamente eu fui dar uma olhadinha no site pra ver se me animava de participar e lá estava uma aba dizendo: Seja um voluntário no South Summit Brasil. Ótimo, pensei, se for pra ir, vou trabalhar, ter uma outra experiência, e não preciso tirar esse investimento do bolso. Me inscreve na intenção de ter acesso a lugares e a me conectar com pessoas que, eu não teria, se participasse como expectadora. Histórias a parte (porque a minha vida é cheia das histórias, e eu amo compartilhar elas) me chamaram, e eu fui.
No primeiro dia eu estava profundamente arrependida já que percebi que eu não ia conseguir curtir o evento assistindo o maior número de palestras possíveis como eu vinha fazendo até então. Mas tinha algo dentro de mim que dizia, vai, mesmo sem querer ir, porque no final, vai valer a pena. E valeu. Afinal, estar em um evento desses trabalhando, envolvida no que está acontecendo, mudou completamente a minha perspectiva desse universo, como um todo. Afinal, o mercado bilionário das Startups realmente existe, e convenhamos, ninguém investe tanto dinheiro se não há um porque, concordam? O problema é que antes, eu só tinha acesso a margem, e na margem tá todo aquele pessoal que quer uma casquinha, uma migalha, o que sobrou, já que não tá disposto a pagar o preço de assumir a responsabilidade de "mudar o mundo" ou "resolver as suas dores" como fazem as maiores startups ou os líderes de inovação dentro das grandes empresas. E obviamente, em contato com esse pessoal, eu ficava anojada, porque sem propósito, pra mim, não há razão no trabalho.
Entre milhares de histórias que eu ouvi, vivi e compartilhei durante os quase 4 dias em que trabalhei no South Summit Brasil, eu escolhi 3 delas para te contar, vamos por ordem cronológica.
A SKILL número 3, começou no primeiro dia de evento, já que, assim que fomos apresentados aos postos de trabalho, eu mentalizei as áreas VIP. Porém, quem posicionou a gente foi a equipe organizadora. Sorte a minha (e a grande verdade é que eu sou do tipo que acredita que sempre foi Deus) é que, eu e mais 4 pessoas fomos predestinadas ao Cisnei Branco, a área VIP que ficava dentro de um barco, ancorado na orla que banhava o local do evento. Yes! - eu pensei - consegui! Assim que chegamos lá, 1 de nós foi recrutado para outro posto, eu fiquei - ufa - foi o que pensei. 1 de nós ficou na recepção, e eu, super audaciosa, e mais uma colega, fomos para dentro do barco. Logo em seguida recrutaram a minha colega, e eu fiquei sozinha lá dentro - até aqui ok. Meia hora depois, recrutaram a mim, e eu vi o sonho da área VIP indo embora. Enquanto o Staff que me recrutou, me levava até o meu novo posto, Deus falava ao meu coração algo como: É lá que você quer chegar? Então cabe a ti conquistar este lugar. Aqui eu entendi que sim, tudo é possível, nós podemos sonhar e podemos realizar, mas é preciso sagacidade, foco e muito campo de batalha, de outra forma, ficamos a mercê do mundo, e nos perdemos no meio do caminho. No primeiro dia eu entendi sobre o valor da CONQUISTA, e a SKILL da perseverança.
A SKILL número 2, como a perfeição da obra divina, aconteceu no segundo dia, no momento em que cheguei para assinar a lista de presença, as 7h da manhã, perguntei ao meu coordenador: volto ao posto inicial ou vou ao posto em fui destinada ontem? Para a minha alegria, ele respondeu: Volta ao posto inicial. Aqui eu entendi que o game começou, dependia de mim chegar lá, e não era simplesmente entrar no barco, afinal não é sobre matéria, é sobre pessoas. Eu precisava conquistar a confiança e entender o propósito daquele espaço, respeitar as regras, e receber um convite, agradável e despretensioso, se eu quisesse conquistar a virtude de estar lá dentro. Eu vesti a camisa e trabalhei parelho com qualquer Staff contratado pra estar naquele evento, assumi a responsabilidade de tomar conta daquele posto de trabalho, entendendo o que era importante, o que a minha equipe precisava, quem eram meus superiores e buscando inúmeras maneiras proativas de somar naquele espaço de trabalho. Bingo, no final do dia, o barco VIP se tornou meu posto oficial, não porque alguém denominou isso, mas simplesmente porque eu tomei pra mim a responsabilidade. E foi aí que eu entendi, que as pessoas que saem da margem, e participam do mercado bilionário, não estão lá porque "alguém mandou" estão lá de livre e espontânea vontade, comprometidos com suas empresas, seus propósitos, as pessoas ao seu redor, o futuro do planeta, suas famílias, sua carreira, e assumindo, sem pestanejar e com alegria, os seus lugares nesta batalha, lutando com honra e dignidade, sem nenhum vínculo obrigatória, apenas porque assumiram essa responsabilidade e estão comprometidos com isso, assim como eu fiz, com o meu posto de voluntária, na Área VIP Bussines Lounge, mais conhecia como O barco. No segundo dia eu aprendi sobre RESILIÊNCIA, e desenvolvi a SKILL da dedicação.
A primeira, mas não mais importante, SKILL, já que ela só foi possível por conta das outras duas, aconteceu, divinamente, no terceiro e último dia. Aline Deparis, CEO da Privacy Tools era alguém com quem eu queria me conectar desde o Mind7, alguém que eu acompanho nas redes sociais, em quem eu me inspiro e de quem eu tenho feito merchandising sempre que tenho a oportunidade. Afinal, se eu não cheguei lá ainda, ela chegou, e se as pessoas não acreditam o meu potencial, certamente não terão como duvidar dos resultados dela. Eu sabia que a Aline estaria no South Summit e confesso que isso foi um dos fatores decisivos para que eu quisesse estar lá também. Mas aqui entra um pouco do meu posicionamento, não apenas como profissional, mas como ser humano. Eu não queria tietar a Aline, eu queria me conectar com ela. Sendo assim, nossos caminhos se cruzaram diversas vezes durante o evento, e eu ia contando a história dela pra quem estivesse comigo em todas as vezes que isso aconteceu. Mas em nenhuma delas eu vi oportunidade de conexão. A não ser no último dia, quando, por mérito (e eu nem gosto desta palavra, mas acho que ela se ancaixa perfeitamente neste contexto) eu recebi a tarefa de guardar o último andar do barco para uma reunião especial. Eu só precisei barrar uma pessoa, que por um mal entendido achou que a reunião especial fosse a sua (e bom, porque não seria né?), era um homem/garoto super simpático, que inclusive, com muita gentileza, fez questão de se desculpar comigo quando se deu conta de que estava equivocado. Adorei ele aqui, uma atitude como esta demonstra caráter e integridade. Quando ele se virou, sua mochila levava a marca Privacy Tools, logo em seguida, a Aline se juntou a ele para a tal da reunião. Dá pra acreditar? Não era uma oportunidade de conexão, mas uma oportunidade de cocriação, eu pude assistir a Aline "em ação", e acreditar que algum dia, a minha equipe também vai se reunir em algum barco VIP por ai, não é? Aqui eu já estava feliz, mas, depois disso, a oportunidade apareceu, e consegui tietar com conexão, sem interferir no trabalho da Aline, acredito eu. E eu acho isso super importante. Afinal, a gente precisa respeitar o espaço do outro, seja lá quem for o outro, mesmo que o mundo inteiro te ensine a passar por cima. Te lembra, que, passando por cima, você chega no podium sim, a grande diferença é que, você certamente vai ser vaiado ao invés de aplaudido, se manter no pódium vai ser muito mais díficil, e em algum momento alguém vai te tirar de lá, e a punica coisa que vai te restar são as vaias. E aqui mora a SKILL que eu desenvolvi no último dia de evento, Eu compreendi a bravura da ESPERA, e elevei, na minha lista de prioridades, a SKILL da paciência.
Sobre os conteúdos do South Summit Brasil, eu, infelizmente não sei falar a respeito, no primeiro dia eu decidi nem olhar as programação, pra não correr o risco de cair na zona de conforto de passar o tempo inteiro assistindo palestrar e não precisar interagir com ninguém. Se eu tivesse que descrever a experiência em uma única palavra, ela seria CONEXÃO. Saber se conectar pode te levar a qualquer lugar, já diriam nossos queridos pais e avós "Quem tem boca vai a Roma", eu diria que existe profundidade neste dizer, afinal, você não ganha um PIX de um milhão de reais simplesmente porque tem uma boa ideia. A grande diferença entre quem está dentro do barco, e quem está na margem, são as SKILLS, e a decisão de assumir a responsabilidade sobre o trabalho. Ou seja, você não trabalha porque alguém está olhando, porque você precisa do dinheiro ou porque não tem outra opção. Você trabalho porque tem um objetivo e se comprometeu a chegar lá.
Se tem uma lição que eu vou levar da experiência do South Summit Brasil e que, daqui pra frente, todas as vezes em que a sorte me procurar, ela vai ter que me encontrar trabalhando, e quem tá dizendo isso sou eu mesma, simplesmente porque eu assumi a responsabilidade sobre a minha vida, os meus projetos, a minha empresa, o meu trabalho, e, acima de tudo, o meu próposito de vida, a minha decisão de seguir a Cristo, e o compromisso que eu assumi, porque quis, de levar um pouco a energia que dele em todos os lugares em que eu tiver a oportunidade de estar.
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